[CURDISTÃO-PALESTINA] MOVIMENTO DE MULHERES LIVRES: QUERIDAS COMPANHEIRAS PALESTINAS!

Fonte: Movimento de Mulheres Livres (www.tevgerajinenazad.com)

Queridas Companheiras Palestinas,

Como Tevgera Jinen Azad (TJA) (Movimento das Mulheres Livres), condenamos com indignação a brutalidade incessante infligida ao povo palestino, especialmente a mulheres e crianças, pelo estado colonialista de Israel. As mulheres curdas em nenhuma circunstância aceitarão esses crimes contra a humanidade cometidos diante dos olhos do mundo e continuarão a se solidarizar com o povo palestino.
O preço que vocês pagaram para defender sua terra, cultura e fé contra o estado ocupante de Israel está registrado na história. Vocês não renunciaram à sua liberdade ou à sua terra, apesar das formas inconcebíveis com que seus filhos foram massacrados, da violência sexual a que foram submetidas e do exílio sistemático. Vocês protegeram a existência da Palestina com seu sangue e resistência.
Esta geografia, que deu origem às civilizações mais antigas e aos valores fundamentais da humanidade, também testemunha regimes cruéis. Os valores criados pela cultura das mulheres estão sendo alvo desses regimes. É um direito defender a própria liberdade contra poderes coloniais, e a existência e o exercício desse direito não podem ser desafiados ou questionados.
Como mulheres curdas, queremos que saibam que sentimos sua dor em nossos corações. No Curdistão, que foi dividido em quatro partes há 100 anos, nossas aldeias foram queimadas, nossos entes queridos foram e ainda estão sendo massacrados. Os grupos dominantes organizaram e continuam a realizar ataques abrangentes contra nossa língua, cultura e as diferentes crenças em nossa geografia. A dor que experimentamos sob esses ataques que visam nos destruir também é comum.
Estamos também historicamente ligadas em nossa raiva e em nossa insistência pela resistência. Como vocês também testemunharam e demonstraram, não é coincidência que as mulheres, que pagam altos preços nas guerras, ofereçam grande resistência. Sabemos que é o amor das mulheres pela liberdade que mais assusta os poderes coloniais. Porque a liberdade para as mulheres significa proteger sua própria terra, criar seus filhos em sua própria língua e manter sua cultura viva com dignidade.
Nós, mulheres, sabemos que levar uma vida de escravidão é uma morte insidiosa e sombria, e é nosso amor pela liberdade que nos faz respirar. Falando na Conferência de Mulheres do Oriente Médio que realizamos juntas em Amed em 2013, a querida Leyla Khaled disse: “Devemos nos unir como mulheres, e mais além, devemos nos unir como povos. Só assim derrotaremos os imperialistas.”
Queridas companheiras palestinas, o medo que os Estados-nação como Israel e Turquia têm das mulheres e da solidariedade feminina mostra nossa força e justiça.
Apoiar as resistências umas das outras no espírito de solidariedade como mulheres é um requisito para uma vida livre. Como mulheres curdas, acreditamos que a luta contra esses ataques será ainda mais fortalecida com a “Confederação Mundial das Mulheres” que será estabelecida pela solidariedade feminina. O poder unido das mulheres libertará a vida no Oriente Médio e trará dias de paz.
Nossa solidariedade, ampliada com a filosofia de ‘Jin! Jiyan! Azadi!’ (Mulher! Vida! Liberdade!), trará a absoluta derrocada dos colonialistas. Acreditamos que as saudações que enviamos a vocês das terras do Curdistão adicionarão força à sua luta e desejamos que saibam que nossos corações estão com vocês.

Viva a resistência das mulheres!
Viva a solidariedade das mulheres!

CURDISTÃO: PARE A GUERRA CONTRA A HUMANIDADE NO NORTE E NO LESTE DA SÍRIA!

Os abaixo-assinantes manifestamo-nos em solidariedade com o movimento curdo, composto por crianças, jovens, mulheres, identidades diversas e o povo curdo em pé de luta pelo seu direito à autonomia e à livre determinação. Através de nossa voz, pessoal e coletiva, damos a conhecer ao mundo o que está acontecendo nesse território neste exato momento.

Situação Atual

Desde 4 de outubro de 2023, forças do exército turco bombardeiam sistematicamente vilas, cidades e infraestruturas nos distritos de Derik, Rimelan, Tirbesipi, Qamishlo, Amude, Hasake, Til Temir, Dirbesi, Manbij, Ain Issa, Kobane, Tal Rifat, Shehba, Shera e Sherawa, que abrangem uma área geográfica de aproximadamente 900km de comprimento e 52km de largura da Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria (AANES) no Curdistão.
Assentamentos civis, veículos, centrais elétricas, postos de gasolina, recursos hídricos e suprimentos de energia, campos petrolíferos, centros de saúde e hospitais, incluindo dois hospitais para atendimento da Covid-19, fábricas de cimento, campos de cultivo, celeiros e empresas alimentícias, bem como a rodovia M4 e os arredores dos campos de refugiados nas regiões de Hasake, Derik, Sheba e Sherawa, habitados por pelo menos dez mil deslocados internos, têm sido alvos de ataques de aviões de combate turcos, drones armados (UAV), artilharia e bombardeios de morteiros. Esses ataques foram realizados a partir de bases do exército turco em território do Estado turco, bem como de áreas do norte da Síria ocupadas desde 2016 por invasões turcas anteriores, como Jerablus, Afrin, Gire Spi e Serekaniye.
Durante os 3 primeiros dias dos ataques, pelo menos 16 pessoas perderam a vida e dezenas ficaram feridas. Cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade, sem suprimento suficiente de energia e água e sem acesso a cuidados de saúde. A Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria anunciou em um comunicado que apenas os bombardeios direcionados contra a infraestrutura elétrica causaram até agora perdas materiais de 56 milhões de dólares.
Estamos diante de uma nova dimensão da guerra de ocupação da Turquia cujo objetivo é destruir, ocupar e “limpar etnicamente” mais zonas do norte da Síria. Os últimos ataques foram anunciados pelo governo turco com o objetivo de eliminar “todas as infraestruturas, superestruturas e instalações energéticas” para destruir todas as bases de vida no norte e leste da Síria e despovoar a região. O alvo são as vidas e a segurança de mais de 6 milhões de pessoas de diferentes culturas e crenças – como curdos, árabes, sírios, circassianos, turcomanos, yazidis, cristãos, muçulmanos e outros – que coexistem em terras comuns e satisfazem suas necessidades de vida dentro das estruturas da autonomia democrática. Apesar dos contínuos ataques aéreos, dez mil habitantes das cidades e regiões atacadas saíram às ruas para condenar os ataques e declarar sua determinação de continuar sua resistência comum contra a guerra e a ocupação, por uma vida digna, em paz e liberdade.
A última guerra turca soma-se à guerra sistemática de drones, ataques aéreos e operações militares realizadas pelas forças do exército turco nas regiões curdas em território sírio e iraquiano. Desde 2020, as vidas de trabalhadores comunitários, jornalistas, políticos, membros da Administração Autônoma, do movimento de mulheres e das forças de autodefesa têm sido alvo de ataques deliberados. Justamente entre janeiro de 2022 e setembro de 2023, devido a 190 bombardeios por drones turcos, 163 pessoas perderam suas vidas e 28 foram gravemente feridas. Entre eles, dezenas de membros das unidades YPG-YPJ e das Forças Democráticas Sírias (SDF, em inglês) perderam a vida. Unidades e forças que lutaram contra o Estado Islâmico para defender a humanidade. Portanto, não parece ser coincidência que o exército turco tenha iniciado sua operação massiva de ataques aéreos exatamente quando as forças das Forças Democráticas Sírias realizavam operações em larga escala para impedir o ressurgimento do Estado Islâmico.
Embora todos esses ataques do exército turco em território sírio representem claras violações do direito internacional e crimes de guerra e, portanto, estejam contribuindo para agravar a crise humanitária na Síria e em todo o Oriente Médio, nem a ONU nem outros organismos, Estados ou forças internacionais condenaram adequadamente esses crimes nem tomaram medidas eficazes para pôr fim a eles.
Portanto, pedimos à comunidade internacional e a todos os organismos envolvidos que adotem medidas urgentes para impedir que mais crimes contra a humanidade sejam cometidos e para pôr fim às políticas de guerra e ocupação da Turquia.
Fazemos um apelo urgente a todas as pessoas sensíveis e comprometidas do mundo para:

  • Contrapor as políticas de desinformação da Turquia e a censura da mídia, fornecendo e disseminando informações provenientes de fontes da própria região alvo.
    Exigimos dos organismos internacionais e governos:
  • Estabelecer uma zona de exclusão aérea para as forças aéreas turcas, incluindo veículos aéreos não tripulados (UAV) armados e não armados, sobre o espaço aéreo sírio e iraquiano.
    De diferentes partes do mundo, exigimos que:
  • O governo turco encerre seus ataques bélicos, políticas de ocupação e assassinatos sistemáticos de defensores dos direitos das mulheres e pessoas que vivem em qualquer parte do Curdistão, especialmente no que diz respeito aos territórios do norte e leste da Síria e do norte do Iraque.
  • Pôr fim à ocupação e às práticas genocidas da Turquia em territórios sírios, como nas regiões de Jerablus, Afrin, Gire Sipi e Serekaniye.
  • Julgar os crimes de guerra e contra a humanidade – incluindo genocídio e feminicídio – cometidos por Erdogan e pelo governo do AKP, em conformidade com o direito internacional.

As grandes potências mundiais veem com maus olhos as autonomias do povo curdo porque atentam contra seus interesses e formas de exercer o poder. As grandes potências mundiais não querem que se propague o exemplo de milhões de pessoas curdas que se reúnem em mais de quatro mil assembleias para decidir o curso de suas vidas; onde as mulheres exercem plenos direitos políticos, econômicos e sociais; onde o próprio povo se autodefende com armas em punho; onde a justiça é exercida desde comitês populares, onde os meios de produção são coletivos; onde ninguém renuncia à sua fé, à sua língua, às suas crenças e costumes, mas vivem juntos uns com os outros, aceitando suas diferenças e se organizando com base nelas. Em outras palavras, os poderes mundiais (governos, Estados-nação, corporações, poderes fáticos) não podem respeitar, deixar viver e florescer um mundo como o curdo em pé de luta onde cabem muitos mundos.

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FONTE: Kurdistán América Latina

CURDISTÃO: RISEUP4ROJAVA – CHAMADO PARA A AÇÃO DIANTE DOS RECENTES ATAQUES TURCOS

Unidos defenderemos a Revolução!

A todos os apoiantes da luta de libertação curda, antifascistas, socialistas, feministas, anarquistas, comunistas, ambientalistas e aqueles dedicados a um mundo melhor. A Turquia lançou provavelmente a campanha de bombardeamento mais generalizada que o Nordeste da Síria já enfrentou até agora. Desde 5 de Outubro, a Turquia conduziu mais de 30 ataques aéreos, principalmente na região de Cizîre e Kobanê. Estes ataques aéreos tiveram como alvos veículos, aldeias e infraestruturas civis especialmente críticas, incluindo centrais petrolíferas, centrais eléctricas e postos de gasolina, resultando em vítimas civis e entre as forças de segurança interna.

Grandes áreas sofreram um apagão total de energia em muitos hospitais, fábricas de pão e outras áreas críticas, instituições públicas completamente sem eletricidade. Os ataques continuaram esta manhã, quando um Hospital de combate ao Coronavírus e uma central elétrica foram atacados.

Apesar dos óbvios crimes de guerra, até agora não se ouviu qualquer reação da comunidade internacional. Estes ataques se seguiram a ameaças do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, dirigidas à região autoadministrada. O pretexto para estas ameaças foi uma ação de auto-sacrifício que ocorreu no dia 1º de outubro em Ancara, reivindicada pelas Forças de Defesa Popular (HPG). O Ministro dos Negócios Estrangeiros turco declarou que os atacantes vieram do Nordeste da Síria, justificando estes ataques a “todas as infraestruturas, superestrutura e instalações energéticas”, especialmente na Síria e no Iraque.

Compreender estes ataques exige evitar simplificações excessivas, como enquadrá-los como mera “vingança” para Ancara”, tal como promovido pelo Estado turco, ou normalizá-los, como alguns meios de comunicação e instituições próximas do que os estados imperiais fizeram. Em vez disso, faz sentido vê-los como parte de uma campanha militar mais ampla orquestrada pelas autoridades turcas, em busca do que parece ser a criação de um novo Império Otomano. Estes ataques não devem ser vistos desligados da guerra nas montanhas do Sul do Curdistão, da tortura nas prisões turcas ou dos ataques a jornalistas, políticos e jovens no Norte do Curdistão.

O que permanece inequívoco é a notável resistência contra este plano de ocupação e genocídio. Essa resistência inclui não só a ação recente em Ancara, mas também a firmeza das forças de guerrilha nas montanhas do Curdistão e as iniciativas democráticas empreendidas pelos povos do Sul e do Norte do Curdistão, Iraque e Armênia. Na sua essência, esta resistência é liderada pelo povo do Nordeste da Síria, que constrói estruturas democráticas em meio a condições desafiadoras de tempo de guerra.

Todas as forças democráticas e antiguerra têm um papel vital nesta resistência e devem unir-se contra estes ataques. No entanto, apenas reagir a eles é insuficiente. O que é necessário é confrontar ativamente o fascismo turco, a seus colaboradores e apoiadores onde quer que se encontrem.

Apelamos a todos os grupos, pessoas e iniciativas de solidariedade para que se tornem ativos e se oponham em conjunto aos ataques da Turquia e da cumplicidade internacional e agir de forma decisiva para pôr fim aos crimes de guerra cometidos pela Turquia.

Juntos levantamo-nos contra os ataques em Rojava e no Nordeste da Síria. Unidos defenderemos o Revolução!

#RiseUpforRojava #SmashTurkishFascism!

#RiseUp4Rojava – Coordenação, 06.10.2023

Fonte: Campanha “Rise Up for Rojava

PALESTINA: COMUNICADO OFICIAL

COMUNICADO OFICIAL – ESTADO DA PALESTINA
7 DE OUTUBRO DE 2023

Temos alertado repetidamente contra as consequências de bloquear o horizonte político e não permitir que o povo palestino exerça seu direito legítimo à autodeterminação e estabeleça seu próprio Estado. Além disso, alertamos sobre as consequências das provocações e ataques diários, incluindo o terrorismo contínuo dos colonos e das forças de ocupação, bem como os ataques à Mesquita de Al-Aqsa e aos locais sagrados cristãos e islâmicos.

A segurança, a estabilidade e a paz em nossa região podem ser alcançadas com o fim da ocupação israelense das terras do Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital, nas linhas do acordo de 1967, e com o reconhecimento do direito do povo à independência e à soberania.

A negação por parte de Israel dos acordos assinados e o não cumprimento das resoluções de legitimidade internacional levaram à destruição do processo de paz. Além disso, a ausência de uma solução para a causa palestina após 75 anos de sofrimento e deslocamento, a continuação da política de dois pesos e duas medidas e o silêncio da comunidade internacional em relação às práticas criminosas e racistas das forças de ocupação israelenses contra o povo palestino e a continuação da injustiça e da opressão às quais o povo palestino está exposto contribuíram para a razão por trás dessa situação explosiva e da ausência de paz e segurança na região. A paz exige justiça, liberdade e independência para o nosso povo palestino, o retorno dos refugiados e a implementação total das resoluções de legitimidade internacional.