A Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria emitiu uma declaração escrita pela ocasião do sexto aniversário da vitória de Kobane sobre o ISIS.
A declaração indicava o seguinte:
“As gangues ISIS se tornaram um grande perigo para o mundo inteiro e a humanidade após ocuparem vastos territórios na Síria e no Iraque e proclamarem a cidade de Raqqa como a capital de seu chamado Califado.
“PONTO DE INFLEXÃO NA LUTA”
A resistência montada contra o ISIS no norte e leste da Síria foi épica. A resistência no norte e no leste da Síria foi uma resposta às ameaças colocadas pelo ISIS contra todos os povos sírios e do mundo. A resistência de Kobane, que resultou na vitória em 26 de janeiro de 2015, foi um ponto de inflexão na luta contra o ISIS. Após esta data, o colapso do grupo terrorista começou. Os povos do norte e leste da Síria receberam força e entusiasmo pela resistência de Kobane até o fim do califado ISIS em Baghoz, em 23 de março de 2019.
O povo de Kobane apresentou o Projeto de Administração Autônoma como uma solução democrática em 27 de janeiro de 2014, e esta experiência se tornou a infra-estrutura do projeto de uma Síria Democrática.
Esta história está cheia de lembranças. Por ocasião do sexto aniversário da vitória de Kobane em 26 de janeiro de 2015 e do sétimo aniversário da declaração da Administração Autônoma de Kobane, comemoramos o heroísmo da resistência de Kobane e os sacrifícios de nossos mártires. A resistência e os sacrifícios se converteram na vontade dos povos de criar uma vida democrática e livre. Na luta contra o terrorismo ISIS, ela se tornou a base para a realização do projeto da Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria.
A vitória de Kobane contribuiu para o enfraquecimento da Turquia e impediu seu projeto de ocupação.
A vitória de Kobane é um legado para o mundo inteiro e para a humanidade, assim como um ganho vital que contribuiu para enfraquecer a Turquia e impediu seu projeto de ocupação e extensão, baseado em apoiar o ISIS. Ficou na cultura da resistência revolucionária global como uma epopeia heroica.
A vontade revelada pela resistência de Kobane tornou-se uma esperança para derrotar o ISIS. Foi fundamental para as forças estadunidenses que lutaram contra o ISIS em Kobane. Como resultado da luta e dos sacrifícios, o 1º de outubro foi declarado como o Dia Mundial de Kobane.
APELAMOS ÀS PESSOAS DA REGIÃO
Como Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria, enfatizamos mais uma vez que o apoio dado pelo Estado turco invasor às gangues mercenárias reaviva o ISIS e outras organizações terroristas na região. Esta situação é uma ameaça para os povos do mundo e prejudica nossas conquistas na luta contra o ISIS. Qualquer um que queira eliminar estas ameaças deve deter os crimes cometidos pelo Estado turco invasor e suas quadrilhas após a ocupação de Afrin, Serêkaniyê e Girê Spî.
A libertação de Afrin, Serêkaniyê e Girê Spî é tão importante quanto a libertação de Kobane.
Fazemos um chamado a todos os povos da região para que Afrin, Kobane e todo o norte e leste da Síria adotem a linha de resistência como base. Esta linha de resistência é a garantia da sociedade democrática do Norte e Leste da Síria e da segurança da região.
Finalmente, saudamos todos os mártires da revolução”.
Lançamos hoje o livro “Florentino de Carvalho – anarco-sindicalismo e educação libertária“, escrito pelo historiador Francisco Pinto de Azevedo. Na obra, Francisco analisa a atuação do anarquismo e do sindicalismo em suas diversas perspectivas especialmente no início da década de 1920, destacando sua adaptação para a realidade latino-americana em geral e brasileira em específico.
O fio condutor de todo o trabalho são os escritos de Florentino de Carvalho – um dos pseudônimos do jornalista e destacado militante anarquista Primitivo Raymundo Soares, nascido na Espanha mas que viveu grande parte da sua vida em território brasileiro. Florentino, colaborador de uma série de jornais operários e autor de diversos livros, observa ainda questões pertinentes para a atuação de coletividades no país, especialmente o conceito de educação e sua prática no plano material.
Nestas 60 páginas, o leitor terá em mãos um rico debate sobre os “outros mundos possíveis”, imaginados e vivenciados nas décadas iniciais do século XX por diversas correntes ideológicas, que erigiam entre os escombros da sociedade burguesa, experiências capazes de impulsionar mudanças reais nas condições de existência das trabalhadoras e trabalhadores do Brasil.
A obra poderá ser adquirida pelo valor de R$ 15,00 com frete grátis para todo o país, através de nossa loja, pelo link em nossa bio do instagram ou em https://linktr.ee/tsa.editora
Durante esses meses anteriores, temos estabelecido contato entre nós por diversos meios. Somos mulheres, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, transsexuais, intersexuais, queer e muito mais, homens, grupos coletivos, associações, organizações, movimentos sociais, povos originários, associações de bairros, comunidades e um longo etc etc que nos dá identidade.
Nos diferenciam e distanciam terras, céus, montanhas, vales, estepes, selvas, desertos, oceanos, lagos, rios, arroios, lagoas, raças, culturas, idiomas, histórias, idades, geografias, identidades sexuais e não sexuais, raízes, fronteiras, formas de organização, classes sociais, poder aquisitivo, prestígio social, fama, popularidade, seguidores, likes, moedas, graus de escolaridade, formas de ser, afazeres, virtudes, defeitos, prós, contras, mas, contudo, rivalidades, inimizades, concepções, argumentações, contra argumentações, debates, desacordos, denúncias, acusações, desprezos, fobias, filias, elogios, repúdios, vaias, aplausos, divindades, demônios, dogmas, heresias, gostos, desgostos, modos e um longo etc etc que nos faz distintos e, não poucas vezes, contrários.
Só nos unem muito poucas coisas:
Fazer nossas as dores da terra: a violência contra as mulheres; a perseguição e desprezo às diferenças em sua identidade afetiva, emocional, sexual; o aniquilamento da infância; o genocídio contra os povos originários; o racismo; o militarismo; a exploração; a espoliação; a destruição da natureza.
O entendimento de que é um sistema o responsável destas dores. O verdugo é um sistema explorador, patriarcal, piramidal, racista, ladrão e criminoso: o capitalismo.
O conhecimento de que não é possível reformar este sistema, educá-lo, limá-lo, domesticá-lo, humanizá-lo.
O compromisso de lutar, em todas as partes e por todas as horas – cada qual em seu terreno –, contra este sistema até destruí-lo por completo. A sobrevivência da humanidade depende da destruição do capitalismo. Não nos rendemos, não estamos à venda e não cederemos.
A certeza de que a luta pela humanidade é mundial. Assim como a destruição em curso não reconhece fronteiras, nacionalidades, bandeiras, línguas, culturas, raças; assim a luta pela humanidade é em todas as partes, todo o tempo.
A convicção de que são muitos os mundos que vivem e lutam no mundo. E que toda pretensão de homogeneidade e hegemonia atenta contra a essência do ser humano: a liberdade. A igualdade da humanidade está no respeito à diferença. Em sua diversidade está sua semelhança.
A compreensão de que não é a pretensão de impor nossa visão, nossos passos, companhias, caminhos e destinos, o que nos permitirá avançar, e sim a escuta e o olhar do outro que, distinto e diferente, tem a mesma vocação de liberdade e justiça.
Por estas coincidências e sem abandonar nossas convicções, nem deixar de ser o que somos, temos concordado:
Primeiro: Realizar encontros, diálogos, intercâmbios de ideias, experiências, análises e avaliações entre aqueles que nós encontramos empenhados, desde distintas concepções e em diferentes terrenos, na luta pela vida. Depois, cada um seguirá seu caminho ou não. Olhar e escutar o outro talvez nos ajudará ou não em nossos passos. Mas conhecer o diferente é também parte de nossa luta e de nosso empenho, de nossa humanidade.
Segundo: Que estes encontros e atividades se realizem nos cinco continentes. Que, no que se refere ao continente europeu, se concentrem nos meses de Julho, Agosto, Setembro e Outubro do ano de 2021, com a participação direta de uma delegação mexicana formada pelo CNI-CIG, a Frente de Povos em Defesa da Água e da Terra de Morelos, Puebla e Tlaxcala, e o EZLN. E em datas ainda a marcar, apoiar segundo nossas possibilidades, para que se realizem na Ásia, África, Oceania e América.
Terceiro: convidar quem compartilha das mesmas preocupações e lutas parecidas, a todas as pessoas honestas e a todos os de abaixo que se rebelem e resistam nos muitos rincões do mundo, a que se somem, aportem, apoiem e participem nestes encontros e atividades; e que firmem e façam suas esta declaração PELA VIDA.
Desde um dos pontos da dignidade que une aos cinco continentes.
Nós.
Planeta Terra.
1 de janeiro de 2021.
Desde diversos, díspares, diferentes, dessemelhantes, desiguais, distantes e distintos rincões do mundo (em arte, ciência e luta em resistência e rebeldia):
Grecia
Alto a la Guerra contra l@s Inmigrantes
Acción Alternativa para la Calidad de Vida
Acción contra la Regeneración y Gentrificación (AARG!)
Adespotos Athinon: equipo deportivo autogestionado y sin dueño (déspota) de la ciudad de Atenas
Agrupación Ciudadana Autónoma de Icaria
Alterthess, medio alternativo
ΑMOQA Museo de Artes Queer de la ciudad de Atenas
Apoyamos a la Tierra
Αsamblea Αbierta de defensa de la arboleda de Agios Dimitrios (municipio de Ag. Dimitrios, ciudad de Atenas, Grecia)
Αsamblea Αbierta de Samos
Asamblea abierta «siembra»
Asamblea Abierta Contra El Desarollo Verde y La Energia Eólica en la Sierra de Agrafa
Asamblea abierta de anarquist@s de la ciudad de Patras
Asamblea Abierta de Lucha de Toumpa (ciudad de Tesalónica)
Asamblea de la Okupa Prosfygika en la ciudad de Atenas
Asamblea de recepción de l@s zapatistas en la ciudad de Corfú
Asamblea de recepción de l@s Zapatistas en la ciudad de Veria
Asamblea de Resistencia y Solidaridad (Kipseli/Patisia) – parque Chipre y Patision str. (Atenas)
Asamblea En Común, por el Decrecimiento, el Comunalismo y la Democracia Directa
Colectivo de anarquist@s del este (ciudad de Tesalónica)
Colectivo de trabajo »Ser colectivxs»
Colectivo feminista “Sabbat Quema a los ricos, no a la bruja”
Comedor Colectivo EL CHEF (Grecia)
Comité de Lucha contra las minas de oro, (pueblo de Megali Panagia, región de Calcídica, Grecia)
Comunidad Cooperativa de Autosuficiencia “Apo Koinou”
Confrontacion, grupo de comunist@s
Cooperativa »To Kivotio», ciudad de Rethimno – isla de Creta
Cooperativa de Comercio Solidario “SYN ALLOIS”
Cooperativa de trabajador@s VIOME (Grecia)
Cooperativa de Trabajo PAGKAKI (ciudad de Atenas)
Cooperativa Syn-trofi de la ciudad de Rethimno-Creta
Coordinación de Asambleas Vecinales en Atenas (Asamblea Popular Abierta de Peristeri, Asamblea Abierta de residentes de Agia Paraskevi, Asamblea Abierta de residentes de Petralona-Thiseio-Koukaki)
Coordinación de la ciudad de Ioannina para el viaje de l@s zapatistas a Europa
Coordinación de la ciudad de Tesalónica para el viaje de l@s zapatistas a Europa
Coordinación de la ciudad de Volos para el viaje de l@s zapatistas a Europa (Grecia)
Coordinación del Peloponeso para el viaje de l@s Zapatistas
Desobediencia de género
Editorial de extranjer@s (editorial colectiva en la ciudad de Tesalónica, Grecia )
El Coro Intercultural de Lesvos «CANTALALOUN» (isla de Lesvos ,Grecia)
El Pequeño Árbol que se convertirá en Bosque (ciudad de Tesalónica,Grecia)
Encuentro Autónomo de Lucha contra las represas y la desviación del río Aqueloos (Grecia)
Escuela de Permacultura y Academia Autónoma (Grecia)
Espacio Autogestionado «Epi ta Proso (Hacia Adelante)» (ciudad de Patras, Grecia)
Espacio Autogestionado de Karditsa
Espacio de los Movimientos – Local para l@s inmigrantes (ciudad de Volos, Grecia)
Espacio libertario y publicaciones “Aftoleksi” (Grecia)
Espacio Social Abierto del Xanadu
Espacio Social Autogestionado del Pasamontaña
Espacio social de Paratod @ s (miembros y particulares) (ciudad de Larisa, Grecia)
Espacio Social Libre Nosotros (ciudad de Atenas, Grecia)
Espiral de solidaridad – semilla de Resistencia
Estrógenas (Grecia)
Estructura de Salud Autogestionada de Exarcheia (ciudad de Atenas, Grecia)
Eutopia: Ciclo de acción para el municipalismo libertario (Grecia)
Federación Anarquista (Grecia)
Femctoria por la difusión del feminismo de clase (Grecia)
Geppetto Cooperativa (Grecia)
Glub político Lesxi Aneresis de Tesalónica, (ciudad de Tesalónica, Grecia)
Grupo anarquista “Baruti” (ciudad de Veria, Grecia)
Grupo Anarquista “Disinios Ippos” (caballo indomable) (Patras- Grecia)
Grupo Anarquista “Iterimpia”
Grupo de Salud Mental -¬ Covid19: Solidaridad de Tesalónica, (ciudad de Tesalónica, Grecia)
Grupo de Teatro del Oprimido, “boalitaria” (Grecia)
Grupo político “Camino Libertario” (Grecia)
Guerreros del agua
infolibre.gr – cooperative media for independent information (medio cooperativo para la información independiente) (ciudad de Thessaloniki, Grecia)
Iniciativa Antifascista de Lesvos – contra los centros de detención (isla de Lesvos – Grecia)
Iniciativa Antiracista de la ciudad de Larisa, (Grecia)
Iniciativa de Atenas contra las extracciones de hidrocarburos
Iniciativa de Atenas para la protección de Ágrafa
Iniciativa de habitantes de Kalamata
Iniciativa de Lucha por la Tierra y la Libertad (ciudad de Atenas-Grecia)
Iniciativa de Trabajadorxs y Desempleadxs en la educación privada (Grecia)
Iniciativa Libertaria “Ágria Neda”
Iniciativa para la protección del medio ambiente de la región de Kavala (Grecia)
Jardín Botánico de Petroupolis (municipio de Petrupolis, ciudad de Atenas, Grecia)
Kukuva, Empresa Social Cooperativa de Beneficio Colectivo y Social
LA PEONZA, cooperativα de economía solidaria (ciudad de Atenas- Grecia)
La vieja escuela de Ormos, isla de Samos(Grecia)
Laboratorio Libertario de infraestructura de movimiento (Grecia)
Las ediciones de colegas (ciudad de Atenas,Grecia)
La Cuña Centro político, social y cultural autogestionado de la ciudad de Tebas
Livas Club de Futbol Autogestionado
Local Anarquista UTOPIA A.D.
Local Autónomo de la ciudad de Kavala
Local Autónomo de la ciudad de Xanthi
Local para l@s inmigrantes- Centro Social (ciudad de Atenas)
Mano Aperta: comedor social y autogestionado
Mercado autónomo de Volos (ciudad de Volos)
Μovimiento Αnti-autoritario de Atenas
Movimiento Antiautoritario de Larisa
Movimiento Antiautoritario de Tesalónica (ciudad de Tesalónica)
Movimiento Antifascista de Kalamata
Movimiento Antifascista de Samos
Movimiento Ciudadano de Volos-Pelion para agua (Ciudad de Volos y Pelion)
Movimiento Ciudadano Rajes Icaria
Movimiento de personas que escuchan voces
Μujeres Defendiendo Rojava Comité de la ciudad de Atenas
Odo, Colectivo colectivo libertario
Ocupa de “Analipsis”
Ocupa de “Apertus”. Espacio Social Libre de la ciudad de Agrinio
Ocupa de “Dougrou” (ciudad de Larisa)
Ocupa de “Libertatia”
Ocupa de “Matsangou” (ciudad de Volos)
Ocupa de “Mundo Nuevo”
Ocupa de “Patmos y Karavia”
Ocupa de “Tierra Desconocida” (ciudad de Tesalónica)
Ocupa de Rosa Nera, (ciudad de Canea, isla de Creta)
Ocupa Lelas Karagianni 37 (LK37) (ciudad de Atenas)
Optikamultietnica
Organización Política Anarquista – Federación de Colectivas
ΟΧΟ (Grupo Sin Nombre)
Piso Thrania Iniciativa de educación sin discriminación
Plotinos (Isla de Quios – Grecia)
Red de “Mesochora – Acheloos SOS”
Red de Derechos Políticos y Sociales
Red de Movimientos por Tierra y Libertad
Red Solidaria de Clínicas Sociales de Exarcheia, N Smyrni, Ilio y Agios Nektarios en la ciudad de Volos (Grecia)
Revista Política Babylonia
Spori: Asociación de ciudadan@s por el estudio de la educación libertaria (ciudad de Rethimno, isla de Creta, Grecia)
Sporos – Semilla (isla de Lesvos)
Tienda cooperativa “Hochlios”
Unión Sindical Libertaria de la ciudad de Ioannina
Unión Sindical Libertaria de la ciudad de Atenas
Unión Sindical Libertaria de la ciudad de Rethimno
Unión Sindical Libertaria de la ciudad de Tesalónica
Vacio Ciclo-Miembro de la Federación Anarquista
Women’s initiative against depth and austerity measures Thessaloniki, Grecia) (ciudad de Tesalónica)
Bonita, Papastathi
Chryssikopoulou, Maro
Geroy, Katia
Dimitris, S.
Istres, Jacques
Kapadelis, Panagiotis
Katzourakis, Kyriakos
Kouniaki, Eugenia
Mouka, Nikoletta
Siafliaki, Iro
Thalia P.
Tomsin, Marc
Alemania
AG Ventana al Sur
AK Asyl Göttingen
Alerta! – Lateinamerika Gruppe Düsseldorf
Attac Frankfurt
Borderline-europe Human Rights without Borders e.V.
Campaña cafe mesoamericana
Carea e.V.
Colectivo gata-gata
Colectivo Konfront
Collectif kom.post
DunyCollective
Feministische Organisierung für Selbstbestimmung und Demokratische Autonomie
Flüchtlingscafe Göttingen
Frauen * Streik Bündnis
Freie Arbeiter * innen-Union
Fridays for Future Frankfurt am Main
Gärtnerei Ra.Baba
Gruppe B.A.S.T.A.
Gruppe B.A.S.T.A. Berlin
Guerrero, Christa
Holtmann, Susann
Informationsbüro Nicaragua
Internationalistisches Bündnis Frankfurt a.M.
Jineolojî Komitee Deutschland
Kaffeekollektiv Aroma Zapatista
Kampagne «Grüne Lunge bleibt – Instone stoppen!»
Kollektiv Transgalaxia
KOMMUJA – Red de comunidades solidarias
Mietshäusersyndikatsprojekt Grafschaft 31 Münster
Ökologisch-Radikal-Links Frankfurt
Onbones Collective – Fairdruckt eG
Our House #OM10
Partner Südmexikos e.V.
Perspektive Rojava – Solidaritätskomitee Münster
Prison´ Dialogue- Frauen AG
Projekt Knotenpunkt Schwalbach
Red Ya-Basta-Netz
Riseup 4 Rojava Frankfurt a.M.
Roots of compassion eG
ROSA – Revolutionäre Linke
Tres Gatas – producción en Colectivo
Undogmatische Radikale Antifa
Unrast Verlagskollektiv
Wohnprojekt Grafschaft 30 e.V.
Women Defend Rojava Deutschland
Women defend rojava Frankfurt am Main Deutschland
WUMS-Kollektiv
Ya Basta Rhein Main
YXK Frankfurt a.M.
Zwischenzeit e.V. – Initiative für soziale, interkulturelle und ökologische Forschung, Analyse und Bildung
Daddy Longleg
Ende Gelände
Massiah, Gustave
Schmidt, Edo
Francia
Agate, armoise et salamandre – corps et politique
èssi Dell’Umbria
Anne Hocquenghem et les acheteurs de café du sud-est du massif central en France
Associacion Espoir Chiapas
Association AMERICASOL du réseau Escargot
Association GERMINAL
Association ONYVA
Association SOL’QUERCY du RESEAU ESCARGOT
Caen Entraide Populaire
Caracole
CDP13
Coignard, Elisabeth
Colectivo Mi abuelita
Collectif «Coordinacion DZLN
Collectif Chiapas Ariège
Collectif de l’Université populaire de la Terre
Collectif des Immigrants en France (C.I.F.)
Collectif douarneniste en lutte pour les solidarités
Collectif féministe Les Rosies d’A cause de macron
Collectif Grains de Sable
Collectif inter-collines des 2 rives de la rivière Aveyron
Collectif Mutvitz11
Collectif surnatural
Comité Amérique latine de Caen – Normandie
Comité Amérique latine du Calvados
Comité d’accueil intergalactique de la zad de Notre-dame-des-Landes
Comité d’Accueil Sud Est France PACAZ
Comité de coordination des 17 contre la réintoxication du monde
Comité de Solidarité avec les Indiens des Amériques (CSIA-Nitassinan)
Comité de Solidarité avec les Peuples du Chiapas en Lutte (CSPCL)
Comité Populaire Quartier Latin
Compañía Jolie Mome
Compañía Isidoria
Confédération paysanne
Coordination des sans papiers 75
Corsica Internaziunalista
CSPN (Collectif de solidarité avec le peuple du Nicaragua de Francia)
DAL-Droit au logement
CNT-F
Des femmes de la montagne Limousine
Échanges Solidaires
Editions Divergences
Éditions Libertalia
El Cambuche de Toulouse
Ensemble Finistère! Ensemble 29!
Fondation Frantz Fanon
Foro Cívico Europeo
France Amérique Latine
Front Uni des Immigrations et des Quartiers Populaires
Gilets Jaunes de Montreuil
Gilets jaunes Les Lilas
Groupe Henri Laborit de la Fédération Anarchiste
GROUPE LIBERTAD DE LA FEDERATION ANARCHISTE
Groupe toutes en grève
Jean-Jacques M’U
Initiativ Oury Jalloh Allemagne et la CISPM
InterLieuxInterCollectifs Montreuil
Kafe kapel, red escargot
L’espace autogéré des Tanneries
L’Union Communiste Libertaire
La Bad’j
La Compañía Tamerantong
La Gueule ouverte
La Maison Ouverte Montreuil
La Parole Errante Demain
La Révolution est en marche
«Laboratoire Autonome de Biologie : Alternatif, Solidaire et Expérimental (LABASE)»
Le BIB-Hackerspace
Le collectif «Chabatz d’entrar»
Le Front Uni des Immigrations et des quartiers Populaires (FUIQP)
Le Quartier libre des Lentillères
Le Surnatural Orchestra
Les Communaux
Les Gilets Jaunes de Pantin
Lesconstituants78
l’association Fraternité Douarnenez
Mani Rosse Antirazziste
Marseille avec les Grecs
Mouvement Contre le Crime Atomique Colectivo
Mut Vitz 13
MUT VITZ 31
Mut-Vitz 34
PEPS (Pour une écologie Populaire et Sociale)
Primitivi
Producciones Débrid’arts
Producciones Djab
Rédaction de CERISES LA COOPÉRATIVE
Renaud
Revue Chimères
Revue De(s)générations
Séminaire «Penser les décolonisations»
Solidaires09
Solidarité migrants Wilson
STE-75 Syndicat des travailleurs.euses de l’éducation Paris
Surnatural Orchestra, groupe de musique
Syndicat CNT Éducation Social-Services 34
Syndicat CNT INTERPROFESSIONNEL de l’Ardéche
Tatcha compagnie
Terrestres. Revue des livres, des idées et des écologies
Toulouse Anti CRA
UCL Caen
Union Départementale des syndicats CNT de Haute-Garonne
Union Syndicale Solidaires
Alliez, Éric
Annette Revret
Arsenault, Judith
Assael, Ivan
Astolfi, Nathalie
Ateya, Rim
Attac France
Bachkine, Patricia
Bajon, Jean Baptiste
Baschet, Jérôme
Berling, Maïa
Bertille, Gendreau
Besancenot, Olivier
Beynel, Eric
Bohet, Odile
Boitière, Isabelle
Bonfanti, Brice
Bonvalet-Girou, Thomas
Bosson, Marc
Buisson, Manon
Candore, Marco
Casillas, Jeanne
Castillo, Carmen
Catelain, Jennifer
Causeries Populaires
Chao, Antoine
Chirón, André
Cibele
Corcuff, Philippe
Dardot, Pierre
de los Santos, Marie
Dekel, Tom
Demoron, Sandrine
Dervin, Alain
Desclozeaux, Aurelien
Diawarra, Youssef
Duran, David
Faucheux, Grégoire
Fautrier, Pascale
Fraunié, Laurent
Gaillanne, Fanny
Galasso, Franca
Gau, Gabriel
Gaudichaud, Franck
Gerschel, Anne
Gianinazzi, Willy
Gilles Bertrand
Giner, Stephanie
Glowczewski, Barbara
Godard, Alice
Godard, Carine
Godard, François
Goutte, Guillaume
Guest, Andreas
Hansma, Marie-Christine
Hélier, Odile
Hocquenghem, Joani
Ibañez, Amparo
Jacob, Mat
Jacques Istres
Jappe, Anselm
Jean-Louis Tornatore
Kempf, Joseph
Krzywkowski, Isabelle
Lagneau, Antoine
Latorre, Paule
Latouche, Serge
Laure de Saint Phalle
Le Bot, Yvon
Long, Olivier
Longo Mai
Lopez, Francis
Loutre Barbier, Laurence
Lowy, Michael
Madame Miniature
Marin, Maguy
Martinot, Alex
Mathieu, Dominique
Mavic, Béatrice
Maymat, Philippe
Melo St-Cyr, Viviana
Mesnard, Cécile
Michèle Leclerc-Olive
Monique Amade
Monsieur Jack
Mourrat, Philippe
Navajo, Métie
Normandon, Aurélie
Nugon, Arièle
Odille, Laurie
Pailler, Aline
París Ayotzinapa
Parrot, Karine
Pellicane, Christine
Perez, Ampari
Piet, Sarah
Pirou, Fanny
Prieur, Sébastien
Quillateau, Patrick
Rafanell iOrra, Josep
Robin, Vincent
Romanet, Martine
ROME, Daniel
Roux, Fatima
Salvatori, Jeannot
Salama, Pierre
Sardinha, Diogo
Saurin, Patrick
Secheppet, Camille
Sechet, Sylvain
Soussi, Claire kachkouch
Straeli, Celia
Studer, Jeanne
Tefnin, Garance
Tiburcio, Nicco
Toulouse, Rémy
Triantaphylides, Paul
Untereiner, Jean Luc
Varikas, Eleni
Viennot, Sarah
Vollaire, Christiane
Yoga Nomade
Yvette Dorémieux
Collectif la Digne Rage de Lille
Centre Culturel Libertaire
Association Unidos
Compagnie de théâtre Proteo
Torre Latino Radio.
País Vasco
Abantoko Talde Feminista
Basoa, Defendatsaileen etxea
Bizilur – Lankidetzarako eta Herrien Garapenerako Erakundea
EH Bildu Abanto
Eskozap Kolektiboa
Etxalde – Nekazaritza Iraunkorra
Euskal Herriko Emakumeon Mundu Martxa
Fundación Paz y Solidaridad de Euskadi
Gabiltza
Gogoaren indarra taldea Las Karreras
Harri Barri Kultur Elkartea
Karabana Mugak Zabalduz
Lumaltik Herriak
Mugarik Gabe
Mujeres del Mundo Babel / Munduko Emakumeak
Plataforma Ongi Etorri Errefuxiatuak
Radio Alegría Libertaria
Tadamun elkargunea
TxiapasEKIN kolektiboa
Zabaldi elkartasunaren etxea
Muguruza, Fermin
Perales Arretxe, Iosu
Austria
Kinoki Asociación Autogestión Audiovisual
Bélgica
Actrices et Acteurs des temps présents
Ad Lilithum
ADES
Capitane Records
Casa Nicaragua
Centre Tricontinental (CETRI)
Écologie sociale Liège
Collecti.e.f 8 maars Bruxelles
Collectif de Solidarité Liège-Rojava
Collectif KAWAZ
Collectivo Mala Hierba
Comité Chiapas Bruselas
Comité Jineolojî Europa
Groupe CafeZ, Liège
Jineolojî Center
L’Union Communiste Libertaire
La Santé en Lutte
Le DK
Sororidad Sin Fronteras
VaVeA Semeurs de Possibles
Zablière – ZAD Arlon
Chauvier, Maïa
Coppens, Diego
Despret, Vinciane
Diaz Aranda, Karmen
Duterme, Bernard
Eric Toussaint CADTM internacional
Fox, Ivan
Geert Carpels
Gerardy, Martine
Mekhitarian, Juliette
Quinoa Bruxelles
Vaneigem, Raoul
Bulgaria
Iniciativa de apoyo a l@s zapatistas
Cataluña
Adhesiva Espai de Trobada i Acció
Asociación Mujeres Migrantes Diversas
Associació Cultural el Raval «El Lokal»
Associació Entrepobles
Associació Solidaria Cafè Rebeldía-Infoespai, Barcelona
Ateneu Candela
Ateneu La Torna
Ateneu Popular La Falç
Ateneu Popular Rocaus
Azadi Jin
Azadi Plataforma de Solidaritat amb el Poble Kurd
Cal Cases
Can Tonal de Vallbona
Col•lectiu Maloka
Colectiva Katari
COLECTIVO Pallasos en Rebeldía de Catalunya
Ecoxarxa del Bages
Espai defensa legal Manresa
Fundació Salvador Seguí
Grup de consum autogestionat Pinyol Vermell
Horts Comunals de Sant Celon
La Garriga Societat Civil
La Pallejana
LA RAVAL. Cooperativa d’habitatge generacional a Manresa
Mediterranea Saving Humans
Plataforma d’Afectades per l’Habitatge i el Capitalisme del Baix Montseny
Poc a Coop
Sindicato Popular de Vendedores Ambulantes de Barcelona
Taula per Mèxic
Xarxa de Suport Mutu de la Trini
Bosqued, Àngel
García Sanagustin, Carina
González, Ixchel
Pere Ortín, Andrés
Villalobos, Juan Pablo
Chipre
300000 Arboles en Nicosia
Aeriko en las montañas de Troodos-por la justicia social y ambiental
antifa λευkoşa
Centro Social «Kaymakkin»
Club Atlético Popular «Omonoia»
Colectivo «Ramona»
Colectivo Ecopolis
Iniciativa para el Rescate de costas naturales
Movimiento de Izquierda, Queremos Federación
PUERTA 9 OMONOIA
Sispirosi Atakton
Spirithkia
Escocia
Coordinadora Zapatista North UK
Eslovaquia
Akimov, Ivan
Kesaj Tchave
Europa
ASSI (Acción Social Sindical Internacionalista)
Colectivo iraní Andeesheh va Peykar
Coordinadora Europea De Via Campesina
CUP Exterior
Flor de la palabra – colectivo de traducción de la sexta francófona
Mujeres y Disidencias de la Sexta en la Otra Europa y Abya Yala – Red de Resistencia y Rebeldía
Never again 88
Watch the Med Alarm Phone
Louis, Camille
Philippe Cordier
Inglaterra
Coordinadora Zapatista North UK
Hunter Dodsworth, Siân
Irlanda
Talamh Beo
Noruega
Alerta
Chiapasgruppa LAG
CROTONICX v/ Loan TP Hoang
Karlsøyfestivalen
Kvinneutvalget (LAG)
LAG Noruega
Latin-Amerikagruppene i Norge (LAG)
López Kunst & Produksjoner
Motmakt
Bokkafe, Anarres
Fadnes, Åse
Fadnes, Astrid
Fadnes, Ingrid
Gulli, Marianne
Haugdahl Solberg, Inga
Haugsnes, Vilde
Heiret, Yngve Solli
Luna Evjen, Solveig
Muñoz Llort, Sonia
Pålsrud, Mads
Pedersen, Ole
Solberg, Jarl
Thamdrup Lund, Herman
Watn, Bård
Nigeria
Engert, Klaus
Portugal
Jornal MAPA
Rádio Paralelo
Revista Flauta De Luz
Cunha, António Eduardo
Pereira Ribeiro, Natacha Alexandra
República Checa
Družstvo Black Seeds
Kolektiv 115
Rusia
Cooperativa Molotov
Svora collective
Severnaja, Ekaterina
Saepmie, pueblo Saami
Fjellheim, Eva Maria
Suiza
Bloque Feminista Abya Yala Suiza
C.S.O.A. il Molino
Casa Colectiva de Malagnou
Ceibavieja
Circolo Carlo Vanza Bellinzona
Collectif Breakfree Suisse
Collettivo R-Esistiamo
Collettivo Zapatista di Lugano
Direkte Solidarität mit Chiapas
Encuentro Feminista Zapatista Zürich/ Basel
Grève du Climat Genève
Groupe écosocialiste de solidaritéS
Grupo de Coordinación zapatista del territorio suizo
HumanrightsChiapas Suiza
Jeunes POP Genève
Mouvement pour une agriculture paysanne et citoyenne
Théâtre Tête dans le sac – marionnettes
Voce Libertaria Ticino
Women Defend Rojava Zürich
Gioventù Biancoblu
Togo
Les compas de Kpalimé
Adjetey, Rudy
Estado Español
Confederación General del Trabajo (CGT)
CNT Fraga
CNT Sierra Norte
Afromurcia en Movimiento
Asamblea Plaza de los Pueblos
Asociación Brasileira Maloka
Asociación en medio de abril
Assemblea de Solidaritat amb Mèxic del País Valencià
Centro de Documentación sobre Zapatismo (CEDOZ)
Centro Social La Ingobernable
Centro Social La Villana de Vallekas
CNAAE (Comunidad Negra, Africana y Afrodescendiente en España)
COLECTIVO Pallasos en Rebeldía de Galicia
COLECTIVO Pallasos en Rebeldía de Madrid
Confederación Sindical Solidaridad Obrera
Coordinación Baladre
Coordinadora de Desemplead@s y Precari@s de la Comunidad de Madrid
Derechos Humanos Madrid
Ecologistas en Acción
Espacio Común 15M
Esteve Morlan, Tirso
FIRMES Federación Internacional de Resistencia Migrante en España.
Foro Social de Segovia
Fundación de los Comunes
La Casa Invisible
La Medusa Colectiva
Luisa Martín Rojo
Lumaltik Aragón
Madrid 43 Ayotzinapa
Org. Anticapitalistas
Partido Socialista Libre Federación PSLF
Red de Hondureñas Migradas en España
Redal Montané, Clara
REVISTA VIENTO SUR
Solidaridad con el pueblo Mexicano-Málaga
Synusia
TRAWUNCHE MADRID
Yretiemble
Amorós, Miguel
Ibáñez, Tomás
Taibo, Carlos
Capanegra, Juan Carlos
Carretero Miramar, José Luis
Claveria Iranzo, Olga
De Lera López, Cristina
González de Chávez Fernández, Teresa
Gonzalo Serrano, Andrés
Gonzalo, Pilar
Héctor Grad Fuchsel
Humanes Bautista, José Luis
Martín, Fátima
Merino Escribano, Rosa
Otero González, Isabel
Pastor, Jaime
Pérez Orozco, Javier
Roitman Rosenmann, Marcos
Italia
A.N.P.I. Associazione Nazionale Partigiani Italiani
ADL COBAS
All Reds Rugby Roma
Altro Modo Flegreo
Ambasciata dei Diritti delle Marche
Ambiente&Salute
Annestus – Agoa
ARCI Noerus
Ardita Due Mari
Assalti Frontali
Assemblea Antirazzista Antifascista Di Vicofaro
Associazione «Cultura È Libertà
Associazione ATTAC Italia
Associazione Casa dei Popoli
Associazione centro socio culturale ARARAT a Roma
Associazione Città Migrante
Associazione Culturale GIShub
Associazione di Promozione Sociale
Associazione Giuseppe moscati Parrocchia San Sabino
Associazione Jambo- commercio equo Fidenza Italia
Associazione Nova Koiné
Associazione politico-culturale Tempi Post Moderni
Associazione Senza Barriere Due
Associazione senza paura Genova
Associazione Taiapaia
Associazione Verso il Kurdistan e Rete Jin
Associazione Ya Basta Caminantes Padova
Associazione Ya Basta Moltitudia Roma
Associazione YA BASTA! ÊDÎ BESE Y Centri Sociali del Nordest
Associazione Ya Basta! Milano
Associazione YaBasta! – Casa Della Solidarietà Sabino Romano
Ateneo Libertario
Azione Antifascista Roma Est
Brigata Sanitaria Soccorso Rosso
Brustolin, Maryline
Buscemi, Marquito
C.S.A NEXT EMERSON
Cadtm (Comitato per annullamento debiti illegittimi)
Camera del Non Lavoro
Cantiere
Carovane Migranti
Casa Bettola
Casa dei Circoli, Culture e Popoli
Casa Dei Diritti Dei Popoli
Casa del Popolo Campobasso
Casa della Cooperazione
Casa delle Donne di Milano
Casa delle Donne Lucha y Siesta
Casa delle Donne-Nudm
Casa Madiba Network
Cattive Ragazze
Centro giovanile Batti il tuo tempo
Centro Sociale Anomalia
Centro sociale Anomalia Palermo
Centro sociale autogestito «INTIFADA» Empoli (FI)
Centro Sociale Autogestito Magazzino47
Centro Sociale CasaLoca
Centro Sociale Occupato Autogestito «Angelina Cartella»
Centro Sociale Tpo
Chichimeca
CIAC ( centro immigrazione, asilo, cooperazione internazionale)
Circolo «D. Lazzari» di Legnano
Circolo ANPI Renato Biagetti
Circolo ARCI Barbun KM0
Circolo Arci Nausicaa
Circolo Fratellanza Casnigo
Ciss-ong Palermo
Clown Army Roma
COBAS Confederazione dei Comitati di Base
COBAS Napoli
Collettiva Una volta per tutte
Collettivo 20ZLN
Collettivo Caffè Malatesta
Collettivo Femminista Lotto
Collettivo Lsoa Buridda
Collettivo Nodo Solidale
Collettivo Popolare «Ramona»
Collettivo redazionale della rivista LEF Libertè Egalitè Fraternit
Comitato Abitanti San Siro
COMITATO AMIG@S MST
Comitato antirazzista cobas Palermo
Comitato Chiapas «Maribel»
Comitato Città Vecchia Taranto
Comitato Jineoloji
Comitato Madri per Roma Città Aperta
Comitato No Muos – No sigonella
Comitato per non dimenticare Abba
Comitato Piazza Carlo Giuliani
Comitato Roma Xii Per La Costituzione
Comité por la Anulación de la Deuda del Tercer Mundo
Colectivo Paso Doble en Apoyo al Congreso Nacional Indígena – Concejo Indígena de Gobierno
Colectivo Rural Urbano Asociaçao Oeste (Diadema)
Colectivo Rural Urbano Solidaridad Orgánica
Colectivo Tierra y Libertad
Colectivo Transdisciplinario de Investigaciones Críticas.
Colectivo Zapatista Neza
Comité Estudiantil Metropolitano (CEM)
Comité Promotor Todos Unidos Contra el Nuevo Aeropuerto Internacional de la Ciudad de México (NAICM)
Comunidad Circular AC de Ensenada BC.
Comunidad Indígena Otomí residentes en la CDMX
Cooperativa Hierba Crecida
Cooperativa Tlapaltik
Coordinación de Familiares de Estudiantes Víctimas de la Violencia
Defensores de Tierra y Agua, municipio de Juan C. Bonilla
Desde las Nubes
EcoRed Feminista La Lechuza Buza
Editorial En cortito que’ s pa’ largo
Ediciones del Espejo Somos
El Bordado de Ramona
Enlace Civil
Escuelita Autónoma Otomí
Espacio de Lucha contra el Olvido y la Represión (ELCOR)
Etcétera Errante
Fémina Fatal
Frente de Trabajador@s por el Derecho a la Salud y a la Seguridad Social
Frente del Pueblo Resistencia Organizada, FPRO
Fuerzas Unidas por Nuestros Desaparecidos (as) en Nuevo León
Grietas en el Muro
Grupo de Acompañamiento Político a la familia de Lesvy Berlín Rivera Osorio
Grupo de Teatro «Los Zurdos»
Guardianas y Guardianes del Río Metlapanapa, pueblos de Ometoxtla, Coronango, Almoloya, Nextetelco, Texintla, Xoxtla, Zacatepec y Cuanalá México
Instituto Cultural Autónomo Rubén Jaramillo Ménez (Morelos)
La Bisagra TV
La red del oriente del Estado de México. Resistencia y rebeldía
La Voladora Radio
La Voz del Anáhuac / Trabajadores y Revolución
Laboratorio Popular de Medios Libres
Manu Mayeg A.C
Médicos del Mundo Suiza, Misión México
Mexican Sound
Mexicali Resiste
Meza de Café Zapatista UAM-Iztapalapa
Movimiento al Socialismo, Sección mexicana de la Unidad Internacional de las y los Trabajadores-Cuarta Internacional
Movimiento de Aspirantes Excluidos de la Educación Superior (MAES)
Movimiento Democracia Directa (MDD)
Mujeres que luchan CDMX
Mujeres que Luchan Jrz
Mujeres que Luchan, Resisten y se Organizan
Mujeres y la Sexta
Nodo de Derechos Humanos
Noticias de abajo y Laboratorio Popular de Medios Libres
Nueva Central de Trabajadores
Obeja Negra
Organización Nacional del Poder Popular-PRP
Organización Popular Francisco Villa de Izquierda Independiente
Panteón Rococó
Participantes CompArte “Báilate otro mundo”:
Partido de los Comunistas
Partido Revolucionario del Pueblo
Patrulla Roja
Plantón por los 43 de la ciudad de México
Poesía y Canto
Promotores Culturales ReintegrArte
Proyecto Libre: Educación y Autonomía
Radio Zapote
Red de Apoyo Iztapalapa Sexta (RAIS)
Red de feminismos descoloniales
Red de Mujeres “Porque Acordamos Vivir”
Red de Rebeldía y Resistrenzas
Red de Resistencia y Rebeldía Altas Montañas
Red de Resistencia y Rebeldía de Acámbaro
Red de Resistencia y Rebeldía Jo’
Red de Resistencia y Rebeldía región Este de Guanajuato de Resistencia y Disidencia Sexual y de Género
Red Universitaria Anticapitalista
Regeneración Radio
Residentes de la Honorable Casa Nacional del Estudiante
Resistencias Enlazando Dignidad – Movimiento y Corazón Zapatista
Revista FLUIR
Sector de Trabajadores Adherentes a la Sexta Declaración
Sexta Teatrito Mérida
Shakti ArtEscena S.C.
Sindicato de Trabajadores Académicos de la Universidad Autónoma Chapingo (STAUACh)
Sindicato Mexicano de Electricistas
Skaffo LaFaro
Surco Informativo
Tejiendo Organización Revolucionaria (TOR)
Tlanezi Calli (Casa del Amanecer)
Unión Popular Apizaquence Democrática e Independiente (Upadi)
Universidad de la Tierra-CIDECI, México
Universidad de la Tierra (Oaxaca)
UPREZ Benito Juárez
Urdimbre audivisual
Voces del Viento
Yoloxóchitl-Flor del corazón. Espacio para la salud comunitaria
Zapateando Medios Libres
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Aguascalientes
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Ciudad de México
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Colima
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Guadalajara
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Hidalgo
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN La Laguna
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN León
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Mazatlán
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Morelia
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Nuevo León
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Puebla
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Querétaro
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN San Luis Potosí
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Sinaloa
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Tlaxcala
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Tijuana
Equipo de Apoyo a la Comisión Sexta del EZLN Zacatecas
Desde las montañas del Sureste Mexicano.
Por las mujeres, hombres, otroas, niñ@s y ancian@s del
Ejército Zapatista de Liberación Nacional:
Comandante Don Pablo Contreras y Subcomandante Insurgente Moisés.
México.
Se você(s) que(em) assinar esta Declaração, manda tua assinatura para firmasporlavida@ezln.org.mx. Por favor, informe o nome completo de seu grupo, coletivo, organização ou que seja em seu idioma e sua geografia. As assinaturas serão agregadas conforme vão chegando.
Calendário? O atual. Geografia? Qualquer rincão do mundo.
Você não sabe muito bem porquê, mas caminha pela mão de uma menina. Está a ponto de lhe perguntar para onde se dirigem, quando passam em frente a uma grande lanchonete .Um grande letreiro luminoso, como a marquise de um cinema, declara: “A HISTÓRIA COM LETRAS MAIÚSCULAS. Bar e Lanchonete”, e mais embaixo “Não se admitem mulheres, crianças, indígenas, desempregados, outroas, anciãos e anciãs, imigrantes e demais descartáveis”. Algumas mãos brancas agregam “In this place, Black Lives does not matter”. E outra mão varonil adicionou: “Mulheres podem entrar se se comportam como homens”. Ao lado do estabelecimento, se amontoam cadáveres de mulheres de todas as idades e, a julgar pelas roupas feita em farrapos, de todas as classes sociais. Você se detém e, resignada, a menina também. Despontam porta à dentro e vêem uma desordem de homens e mulheres com modos muito masculinos. Sobre o balcão ou mostrador, um varão maneja um taco de beisebol e com ele ameaça à torto e a direito. A multidão está claramente dividida: de um lado aplaudem e do outro vaiam. Todos estão como bêbados: o olhar furioso, a baba escorrendo pela barba, o rosto avermelhado.
Se aproxima de você quem deve ser o porteiro ou algo assim e lhe pergunta:
Quer entrar? Pode escolher o bando que goste. Quer aplaudir ou criticar? Não importa qual escolha, lhe garantimos que terá muitos seguidores, likes, polegares para cima e mais aplausos. Você será famoso acaso lhe ocorre algo genioso, seja a favor ou contra. E ainda que não seja muito inteligente, basta que faça ruído. Tampouco importa se é verdadeiro ou falso o que grite, desde que grite forte.
Você avalia a oferta. Lhe parece atrativa, sobretudo, agora que nem mesmo o cachorro segue você.
É perigoso? Você aventura com timidez.
O segurança o tranquiliza: De maneira alguma, aqui reina a impunidade. Veja você quem está batendo neste turno. Diga qualquer besteira e uns lhe aplaudem e outro o criticam com outras besteiras. Quando essa pessoa terminar seu turno, outra subirá. Já lhe disse antes que não é preciso ser inteligente. E mais, a inteligência aqui é um estorvo. Anime-se. Assim se esquece das enfermidades, da catástrofe, da miséria, das mentiras feitas pelo governo, do amanhã. Aqui a realidade não importa em realidade. O que vale é a moda do turno”.
Você: E o que discutem?
Ah, qualquer coisa. Ambos lados se empenham em frivolidades e idiotices. Como se a criatividade não fosse a sua. E não é. Responde o guarda enquanto examina, temeroso, o alto da edificação.
A menina segue a direção do olhar e, sinalizando o mais alto do prédio, onde se alcança a ver um piso inteiro – todo de vidro espelhado -, e pergunta:
E esses lá de cima estão a favor ou contra?
Ah, não. Responde o homem e acrescenta um sussurro: Esses são os donos da lanchonete. Não necessitam se manifestar por nada, simplesmente se faz o que eles mandam.
Afora, mais adiante no caminho, se olha um grupo de pessoas que, você supõe, não teve interesse em entrar na lanchonete e seguiu seu caminho. Outros tantos saem do estabelecimento aborrecidos, murmurando: “é impossível raciocinar ali dentro” e “em lugar de ‘A História’, deveria se chamar ‘A Histeria’”. Riem e se afastam.
A menina para olhando. Você duvida…
Ela lhe diz: Pode ficar ou seguir. Só seja responsável pela sua decisão. A liberdade não é só poder decidir o que fazer e fazê-lo. É também se tornar responsável do que se faz e da decisão tomada.
Sem falar ainda, você pergunta a menina: E tu, onde vai?
Ao meu povo. Diz a menina, e estendendo suas mãozinhas ao horizonte como se dissesse “ao mundo”.
Desde as montanhas do Sudeste Mexicano
El Sup.Galeano
É méxico, é 2020, é dezembro, é madrugada, faz frio e uma lua cheia olha, assombrada, como as montanhas se incorporam, levantam um pouco as anáguas (vestido tradicional das mulheres indígenas em México) e devagar, muito devagar, começam a andar.
Do caderno de Apontamentos do Gatochorro: Esperança conta a Defesa um sonho que teve.
Daí que estou dormindo e estou sonhando. Claro que eu sei que estou sonhando porque estou dormindo. Então, daí que olho que estou muito longe. Que existam homens e mulheres e outroas muito outros. Que eu não os conheça. Que falem uma língua que não entendo. E tenham muitas cores e modos muito distintos. Façam muita bagunça. Cantem e dancem, falem, discutam, chorem, riam. E não conheço nada do que vejo. Há construções grandes e pequenas. Existem árvores e plantas como os daquia, mas diferentes. Muito diferente é a comida. Ou seja, tudo é muito diferente. Mas o mais estranho é que, não sei porque nem como, sei que estou em minha casa.
Esperança fica em silêncio. Defesa Zapatista termina de tomar o apontamento em seu caderno, e fica olhando e depois de alguns segundos, lhe pergunta:
*Traduzido pela Editora Terra Sem Amos | Revisado pela Teia dos Povos
Como a Defesa Zapatista tenta explicar a Esperança qual é a missão do Zapatismo e outros felizes raciocínios.
“Bem, daqui eu vou explicar algo muito importante. Mas você não pode anotar, apenas mantenha isso na sua cabeça. Porque o caderno você pode deixar em qualquer lugar, mas a cabeça você tem que carregar o tempo todo”.
Defesa Zapatista anda de um lado para o outro, como dizem que o finado fazia quando explicava algo muito importante. Esperança está sentada em um tronco e, prevendo, colocou um nylon sobre a madeira molhada, florindo com musgo, cogumelos e galhos secos.
“Vamos olhar para o lugar onde chegamos com a luta”, diz Defesa Zapatista, apontando com suas mãozinhas para lugar nenhum.
Esperança está pensando em uma resposta, mas é claro que Defesa fez uma pergunta retórica, ou seja, ele não está interessada na resposta, mas sim nas perguntas que se seguem à primeira pergunta. De acordo com ela, Defesa Zapatista está seguindo o método científico.
“O problema, portanto, não é chegar, mas fazer um caminho. Isto é, se não há caminho, então deve ser feito, porque se não, como”, a menina empunha um facão que, não se sabe de onde veio, mas certamente em alguma barraca eles estão procurando por ele.
“Portanto, o problema mudou, e o mais importante é o caminho. Porque se não há caminho para onde você quer ir, isso não lhe preocupa. Então, o que vamos fazer se não houver caminho para onde vamos”?
Esperança responde com satisfação: “Esperamos que a chuva pare, para não nos molharmos quando fizermos nosso caminho”.
Defesa arruma o cabelo – e estraga o penteado que suas mamães levaram meia hora para montar – e grita: “Não!”
Esperança duvida e arrisca: “Eu sei: mentimos para Pedrito que há doces para onde vamos, mas não há caminho e ele vai ver quem faz um caminho primeiro, porque fica preso com os doces”.
Defesa reage: “Vamos pedir o apoio dos coletores homens? De jeito nenhum. Vamos fazer isso como as mulheres que somos”.
“Certo”, diz Esperança, “e de repente há chocolates”.
Defesa prossegue: “Mas e se nos perdêssemos quando estamos abrindo o caminho?”
Esperança responde: “Gritamos por socorro? Lançamos um foguete ou tocamos o caracol para que eles ouçam na aldeia e venham nos resgatar?
Defesa entende que Esperança está levando o assunto ao pé da letra e, além disso, está conquistando o consenso do resto do público. Por exemplo, o gatochorro está agora recontando seus bigodes, imaginando a panela cheia de chocolates no final do arco-íris, e o cavalo choco suspeita que talvez haja também milho com sal e a panela esteja transbordando com garrafas plásticas. A Calamidade ensaia a coreografia elaborada pelo SupGaleano, chamada “pas de chocolat”, que consiste em descer, em modo “rinoceronte”, sobre a panela.
Elías Contreras, por outro lado, desde o primeiro questionamento, tirou sua lima e afiou seu facão de dupla face.
Além disso, um ser indefinido, extraordinariamente semelhante a um besouro, carrega uma bandeira que diz: “Chame-me Ismael”, discute com o velho Antônio as vantagens da imobilidade em terra, e assim argumenta: “Sim, meu caro Queequog, não há baleia branca que se aproxime do porto”. O ancião indígena e zapatista, um professor involuntário da geração que pegou em armas em 1994, fabrica um cigarro com um dobrador e escuta atentamente os argumentos do bichinho.
A menina Defesa Zapatista assume que, assim como as ciências e as artes, ela está num lugar difícil, onde é mal compreendida: como um pas de deux [passo de dois, como no balé] esperando um abraço para as pirouettes e o mantém para um porté; como um filme preso em uma lata, esperando um olhar para resgatá-lo; como um porto sem barco; como uma cumbia pendurada nos quadris que lhe dá vocação e destino; como na canção de Cigala, côncavo, mas sem convexo; como Luz Casal indo ao encontro da flor prometida; como Louis Lingg sem as bombas do punk; como Panchito Varona procurando um acorde, um abril roubado; como um ska sem slam; como um sorvete de nozes sem um Sup para fazer-lhe as honras.
Mas Defesa é defesa, mas é também Zapatista, portanto nada que nada, resistência e rebeldia, e com o olhar busca a ajuda do Velho Antônio.
“Mas as tempestades não respeitam nada: o mesmo no mar e na terra, no céu e no chão. Até mesmo as entranhas da terra se retorcem e sofrem humanos, plantas e animais. Não importa que cor, que tamanho, que forma”, diz o velho Antonio em voz abafada.
Todos permanecem em silêncio que é metade respeito, metade terror.
O velho Antonio continua: “As mulheres e os homens vêm de se abrigar dos ventos, das chuvas e dos solos rompidos, e esperar que passe para ver o que restou e o que não restou”. Mas a terra faz mais porque se prepara para mais tarde, para o que se segue. E em seu abrigo, começa a mudar. A mãe terra não espera até que a tempestade termine para ver o que fazer, mas antes de começar a construir. É por isso que os mais sábios dizem que a manhã não só chega e aparece de repente, mas já está à espreita nas sombras e quem sabe olhar, encontra-a nas fendas da noite. É por isso que os homens e mulheres do milho, quando semeiam, sonham com a tortilha, o atole, o pozol, o tamale e o marquesote. Ainda não há nenhum, mas eles sabem que haverá, e é isso que comanda seu trabalho. Eles olham para seu trabalho e veem os frutos antes mesmo que a semente toque o chão.
Os homens e mulheres do milho, quando olham para este mundo e suas dores, também olham para o mundo que terá que ser levantado e fazem de seu caminho um só. Eles têm três olhares: um para o passado, um para o presente, e um para o futuro. Assim, eles sabem que estão semeando um tesouro: o olhar.
Defesa acena com entusiasmo. Ela entende que o velho Antonio entende o argumento que não consegue explicar. Duas gerações distantes no calendário e na geografia constroem uma ponte que vai e vem… como as estradas.
“Certo!”, a garota quase grita e olha carinhosamente para o ancião.
E ela continua: “Se já sabemos para onde estamos indo, significa que já sabemos para onde não queremos ir. Então, a cada passo nos afastamos de um lado e nos aproximamos do outro. Ainda não chegamos lá, mas o caminho que estamos tomando já está nos levando a esse destino. Se quisermos comer tamales, não vamos plantar abóboras”.
O público inteiro faz um gesto compreensível de repugnância, imaginando uma sopa de abóbora horrível.
“Vencemos a tempestade com o que sabemos, mas já estamos preparando o que se segue. E estamos preparando isso agora mesmo. É por isso que temos que levar a palavra para longe. Não importa se quem disse que não está mais lá, mas o que importa é que a semente chegue em boa terra e que, onde já existe, ela se desenvolva. Em outras palavras, apoio. Essa é nossa missão: ser uma semente que busca outras sementes”, diz a Defesa Zapatista e, dirigindo-se a Esperança, pergunta: “Você entendeu?
Esperança se levanta e, com toda a solenidade de seus nove anos, responde com seriedade:
“Sim, é claro que entendi que vamos morrer miseravelmente”.
E, quase imediatamente, ele acrescenta: “Mas vamos fazer valer a pena”.
Todos aplaudem.
Para reforçar o “valha a pena” de Esperança, o velho Antonio tira uma bolsa de chocolates que ele chama de “besitos” de sua sacola.
O gatochorro tem uma boa quantidade na pata e o cavalo choco prefere continuar com sua garrafa plástica.
Elias Contreras, a comissão de inquérito do EZLN, repete silenciosamente: “façamos valer a pena”, e envia seu coração e sua mente ao irmão Samir Flores e àqueles que enfrentam, apenas com dignidade, o barulhento ladrão de água e vida que se esconde atrás das armas do capataz, aquele que esconde em suas palavras a obediência cega que deve ao Mandón: primeiro o dinheiro, depois o dinheiro, dinheiro no final. Nunca justiça, liberdade muito menos, jamais a vida.
O pequeno inseto começa a falar sobre como uma barra de chocolate o salvou de morrer na estepe siberiana enquanto ele ia das terras Sami – onde o Yoik cantava – para o território do Selkup para honrar o Cedro, a árvore da vida. “Fui aprender, é para isso que servem as viagens”. Porque existem resistências e rebeldias as quais, ainda que distantes em calendários e geografias, não são menos importantes e heroicas”, diz ele ao libertar o chocolate de sua prisão de folha de alumínio brilhante com suas muitas perninhas, aplaude e dá uma mordida, tudo ao mesmo tempo.
Por sua vez, Calamidade entendeu bem que é preciso pensar no que vem a seguir e, com o chocolate enlameado em suas mãozinhas, ela declara entusiasticamente: “Vamos jogar pipoca!
Do Centro de Treinamento Zapatista de Terras Marítimas.
O SupGaleano dando o workshop “O Vômito Internacionalista”.
México, dezembro de 2020.
Do caderno de anotações do gatochorro: O tesouro é o outro.
“Quando terminou, lentamente ele me olhou com seu único olho e disse: ‘Don Durito estava esperando por você’. Saiba que eu sou o último dos verdadeiros piratas que vivem no mundo. E digo ‘verdadeiros’ porque agora há um número infinito de ‘piratas’ que roubam, matam, destroem e saqueiam dos centros financeiros e dos grandes palácios do governo, sem tocar em mais água do que a da banheira. Aqui está a missão deles (ele me dá um arquivo de pergaminhos antigos). Encontre o tesouro e coloque-o em segurança. Agora me desculpem, mas eu tenho que morrer. E ao dizer isto por último, ele deixou cair a cabeça sobre a mesa. Sim, ele estava morto. O papagaio pequeno voou e saiu de uma janela dizendo: “Vou para o exílio de Mytilene, vou para o filho bastardo de Lesbos, vou com orgulho para o Mar Egeu. Abra seus nove portões temido inferno, pois ali o grande Barbarossa descansará. Ele encontrou alguém para seguir seus passos e agora ele dorme e fez do oceano apenas uma lágrima. Com o Escudo Negro, navegará agora o orgulho dos verdadeiros Piratas”. Sob a janela estava o porto sueco de Gotemburgo e à distância uma nyckelharpa chorava…”.
Don Durito de La Lacandona. Outubro de 1999.
Seção: três delírios, dois grupos e um amotinado
Se seguimos a rota do Almirante Maxo, creio que chegamos mais rápidos se formos caminhando pelo estreito de Bering
Por ovários não paramos
Já está aí o mortor, só falta… o barco?!
A tripulação I
A tripulação II
Não temos ainda barco, mas já há quem encabece um motim à bordo
É com enorme prazer que hoje lançamos o livro “Mulheres, raça, classe e sindicalismo revolucionário: textos escolhidos de Lucy Parsons”, com diversos textos inéditos em língua portuguesa.
Na obra, acompanhamos a potente escrita de combate de Lucy Parsons, destacada militante sindicalista revolucionária nos Estados Unidos, reconhecida pelas forças de repressão como a “mulher mais perigosa que mil manifestantes”. Os debates recolhidos para esta coleção giram em torno da questão da mulher, dos linchamentos de negras e negros no sul dos Estados Unidos, da farsa eleitoral, luta de classes e da construção do sindicalismo revolucionário através da Industrial Workers of the World, a IWW. O livro ainda conta com uma pequena biografia traduzida a partir do Lucy Parsons Center, no intuito de demarcar, embora que de forma modesta, a vasta biografia de Parsons.
A obra terá o valor de R$15,00 com frete gratuito para todo o Brasil. Para pré-venda, disponibilizamos 30 exemplares que acompanharão o cartaz “contra a ilusão eleitoral”. “Mulheres, raça, classe e sindicalismo revolucionário – textos escolhidos de Lucy Parsons” pode ser adquirido em nossa loja virtual, através do link em nossa bio do Instagram, ou em https://linktr.ee/tsa.editora
Para certas camadas da sociedade que não ameaçam a ordem existente, a perseguição política se traduz como um fetiche que chancela a crítica rasa sobre a crise brasileira. Para outras e outros que vão a raíz dos problemas (e que por isso são chamados de radicais) a perseguição política significa ameaça de desemprego, perseguição, tortura e morte, como visto agora, em junho de 2013 e em vários outros momentos da história do Brasil. Para estes últimos, hoje disponibilizamos para download um dos mais poderosos manuais de contrainteligência revolucionária, escrito por Victor Serge no início do século XX e que se mantém com enorme vitalidade. . Assim, é com muita honra que disponibilizamos para download livre e gratuito na Biblioteca Virtual David Graeber a obra “O que todo revolucionário deve saber sobre a repressão”, resultado de um profundo estudo nos arquivos da Okhrana russa, a polícia secreta czarista, que foi destruída após o Grande Outubro de 1917. O download pode ser realizado neste <link>
“O fetichismo da legalidade foi e continua sendo um dos traços característicos do socialismo favorável à colaboração de classes, estimulando a crença na possibilidade de transformar a ordem capitalista sem entrar em conflito com seus privilegiados. Mas isto é mais que indício de uma candura pouco compatível com a mentalidade dos políticos, é sinal da corrupção dos líderes. Instalados numa sociedade que fingem combater, recomendam respeito às regras do jogo. A classe operária não pode respeitar a legalidade burguesa, a menos que ignore o verdadeiro papel do Estado, o caráter enganoso da democracia; em poucas palavras, os princípios básicos da luta de classes”.
É com imenso prazer que disponibilizamos hoje para download o livro “Para um homem novo, uma nova psicologia: Psicologia da libertação, de Che Guevara a Martín-Baró“, escrito por Edgar Barrero Cuellar.
Para esta segunda edição, a revisão foi cuidadosamente realizada pela Cátedra Libre Martín-Baró, através de seus membros, Betina Ticoulat e Gabriel Tozato, a quem muito agradecemos.
Para esta segunda edição, que também terá o valor de R$ 15,00, abriremos uma pequena pré-venda que contará, novamente, com o cartaz “Por uma Psicologia Insurgente”.
Abrindo o “Novembro Negro e Revolucionário”, é com enorme prazer que, em nosso aniversário de 1 ano, trazemos ao público a obra “Por todos os meios necessários – discursos escolhidos de Malcolm-X”, cuidadosamente traduzido por Felipe Feitosa Castro e publicado por nós da Terra sem Amos.
O livro reúne três discursos de Malcolm-X, a saber: “Mensagem à Organização de Base”, “A Revolução Negra” e o “Discurso para Trabalhadores dos Direitos Civis do Mississipi”, todos realizados no início da década de 1960, enfatizando a necessidade de autodefesa e organização do povo negro contra sua histórica opressão.
A obra terá o valor de R$15,00 com frete grátis para todo o país. Em pré-venda, acompanhará o cartaz “Por todos os meios necessários”. Pode ser adquirida em nossa loja, pelo link https://linktr.ee/tsa.editora
Lançamos hoje a segunda edição da Revista Terra sem Amos, com o dossiê “Necropolítica na América Latina”. Nossa intenção foi reunir um conjunto de escritos sobre a forma como o conceito de necropolítica, produzida pelo filósofo camaronês Achille Mbembe, pode ser interpretado e traduzido historicamente para a realidade latinoamericana. De pronto, recebemos uma série de trabalhos, e em um difícil trabalho, destes, selecionamos quatro para compor nossa revista, a saber:
“Conhecimentos indígenas, autonomias e lutas anticoloniais Kaiowá e Guarani contra a necropolítica e o agronegócio”, de Elemir S. Martins, Gislaine C. Monfort e Laura J. Gisloti; “O Estado capitalista e o agravamento da necropolítica nas penitenciárias brasileira em meio a pandemia”, de Gabriell Araújo; “As lutas que ascendem na pandemia: resistência contra o genocídio em tempos de devir negro do mundo”, de Gabriel Silva; “Crônicas de uma pandemia negligenciada: da pulsão de morte do sujeito à necropolítica bolsonarista”, de Beatriz de Souza Silva, Marcus Bernardes e Hárllen Eric Benevides de Castro.
A Revista poderá ser adquirida fisicamente pelo valor de R$ 15,00 com frete grátis para todo o Brasil, através do link em nossa bio ou pelo link https://linktr.ee/tsa.editora ou baixada através da biblioteca David Graeber, pelo mesmo link.