Os Talibã estão agora à beira de estabelecer seu próprio governo no Afeganistão. Os países poderosos do mundo não impediram ou dificultaram este projeto dos Talibã. Infelizmente, o povo do Afeganistão caiu mais uma vez nas mãos do Talibã, e qualquer atrocidade imaginável pode ocorrer.
Testemunhas oculares em várias cidades do Afeganistão que caíram nas mãos dos Talibã disseram que eles estão tentando identificar críticos e opositores a suas crenças políticas e religiosas. Assassinam escritores, poetas, jornalistas e outros ativistas sociais ou os sequestram.
A ascensão dos Talibã ao poder no Afeganistão, com ideias reacionárias religiosas e sua história de derramamento de sangue, e a imposição de outro governo teocrático sobre o povo da região é contrária às lutas do povo pela liberdade no Afeganistão.
O povo pegou em armas para se defenderem contra os Talibã e evitar um pesadelo como o fundamentalista Estado Islâmico. Ainda assim, sempre enfrentavam a derrota e a traição ao governo afegão. Sua luta foi constantemente reprimida e apropriada pelos governos e partidos políticos de visão curta. Até as últimas notícias, os Talibãs entraram em Cabul e querem tomar o Afeganistão.
Em primeiro lugar, o governo deles se ocuparia dos intelectuais e da geração mais jovem, que não compartilham das opiniões reacionárias dos Talibã. Tememos que nossos camaradas e outros combatentes da liberdade afegãos sejam massacrados diante de nossos olhos, como aconteceu no início do regime islâmico no Irã. O mundo assistiu de olhos abertos à matança das oposições da República Islâmica.
Os Talibã afirmaram que o Irã e a Rússia concordaram com um Estado islâmico no Afeganistão. O Irã recebeu delegações do alto escalão dos Talibã em 7 de julho, e os Talibã capturaram vários postos fronteiriços entre o Irã e o Afeganistão em 9 de julho sem nenhum confronto com as forças iranianas. Apesar da crise atual, os países anfitriões dos refugiados afegãos não pararam nem mesmo o processo de deportação. Só a Alemanha devolveu 27 refugiados afegãos ao Afeganistão na quarta-feira (7 de julho). Os governos mundiais parecem determinados a deixar o povo afegão sofrer sob o domínio dos Talibã ou serem escravos de seus próprios objetivos imperialistas e capitalistas. Portanto, não há dúvida de que quando os Talibã chegarem ao poder, prenderão e executarão muitos ativistas na sociedade.
O anarquismo no Afeganistão é jovem, e nossas forças são pequenas. No entanto, estamos buscando caminhos diferentes para resistir ao avanço dos Talibã, pois existe uma pequena capacidade revolucionária para uma sociedade livre, autônoma e democrática no Afeganistão que deve ser defendida. Infelizmente, os planos globais e desumanos foram predeterminados com muita precisão para bloquear qualquer atividade eficaz.
Alguns de nossos camaradas anarquistas no Afeganistão se prepararam até mesmo para a imigração ilegal, mas ainda assim chegaram em bloqueios na estrada e não conseguiram escapar da crise. Agora que tudo acabou e os talibãs estão exatamente à beira de tomar o poder, o perigo para as vidas dos anarquistas atingiu seu ápice.
Agora, nossos e seus últimos esforços devem coordenar um caminho para que eles saiam. Isto é possível tanto através da cooperação financeira para que eles possam entrar nos países vizinhos, seja legal ou ilegalmente através das fronteiras, ou através de nossas relações internacionais formais ou informais para conseguir asilo em países seguros, se possível.
Camaradas anarquistas fora do Afeganistão também podem enviar convites de imigração a nossos camaradas, desde que as embaixadas em questão continuem a operar antes que o Talibã possa estabelecer plenamente seu governo e suas próprias agências de segurança e inteligência.
Outro ponto é que como resultado de mais de 40 anos de guerra no Afeganistão, e especialmente da recente guerra do Talibã, muitas pessoas precisam de ajuda financeira porque foram desalojadas internamente ou perderam seus empregos devido à guerra e à situação de tumulto; ajuda financeira neste sentido seria necessária e eficaz.
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Editora Terra sem Amos 